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Jovens Amigos ada Sagrada Face

Grupo de jovens pertencente a família religiosa da Congregação da Sagrada Face, que tem como missão Propagar, Reparar e Restabelecer o Rosto de Cristo nos irmãos, especialmente os mais humildes e necessitados

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Novena de São Francisco


Próximo sábado temos a responsabilidade de organizar a liturgia e a novena de São Francisco



Novena de São Francisco- JASF
A alegria franciscana

Canto inicial:

Animador: boa noite irmão e irmãs, paz e bem da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo.Nos reunimos hoje aqui para mais uma vez louvarmos a Deus através de seu servo Francisco, que para nós é exemplo de um fiel seguidor de Jesus Cristo e somente nele encontrou sua alegria. Invoquemos o sinal da Santíssima Trindade, cantando.

Sinal da cruz

Animador: hoje somos convidados a refletir sobre a alegria de Francisco, sabemos que ele encontrava na Bíblia os ensinamentos para sua vivência de fé, vejamos então o que ela nos fala sobre a alegria:

Leitor 1: (1 Tess 5,16-18). “Estejam sempre alegres, rezem sem cessar.Dêem graças em todas as circunstâncias,porque esta é a vontade de Deus a respeito de vocês em Jesus Cristo”.

Animador: Esta exortação do apóstolo Paulo aos irmãos de Tessalônica, chega até nós como um conselho do modo de proceder de todo o cristão. São Paulo nos convida a permanecer na alegria e esta não pode ser comparada ou confundida com a alegria efêmera e fútil a qual observamos em nossa sociedade. A alegria provocada pelo consumo exagerado de bebidas e drogas, embalada pela aquisição de bens materiais, que podemos denominar de uma “pseudo-alegria”, ou seja, uma falsa alegria, um momento passageiro de prazer onde muitas vezes custa e fere a alegria de muitas pessoas.
Para Francisco de Assis a mensagem de Paulo era tão profunda que ele acolheu e compreendeu intensamente e a transmitiu aos seus irmãos:

Leitor 1: “E guardem-se os irmãos de não se mostrarem em seu exterior como tristes e sombrios hipócritas. Mas antes comportem-se como gente que se alegra no Senhor, satisfeitos e amáveis como convém” (RnB 7,15). Por diversas vezes ele os orientou a não perderem a alegria que nos é presenteada pelo próprio Cristo.

Animador: Dava aos seus co-irmãos a garantia de que o remédio mais seguro contra as mil armadilhas ou astúcias do inimigo era a alegria espiritual. Costumava dizer: “O diabo exulta, acima de tudo, quando pode surrupiar ao servo de Deus a alegria do espírito. Carrega um pó para jogar nos menores meandros da consciência, para sujar a candura da mente e a pureza da vida. Mas, quando os corações estão cheios de alegria espiritual, a serpente derrama a toa o seu veneno mortal” (2 Cel 125,2-4). São Francisco se esforçou muito para viver sempre no “júbilo do coração, conservando a unção do espírito e o óleo da alegria” (2 Cel 125,7). Em nossa sociedade é muito comum o pensamento de que somente nos momentos de prazer, euforia, nos momentos positivos e de bem estar e que a alegria se faz presente. Francisco de Assis fez a profunda experiência da gratuidade do amor de Deus, de sua benevolência e foi capaz de perceber a face escondida de nosso Deus em todas as suas criaturas e isto o fazia rejubilar de alegria. Francisco contemplava em todas as criaturas a bondade, a sabedoria e o poder de Deus (2 Cel 165). Ele enxergava nas criaturas os vestígios de Deus, sua marca, sua beleza, sua luz e sua força. Foi de sua íntima união com Deus na oração/contemplação, na escuta da Palavra e na vivência fraterna que ele mergulhou no sentido íntimo da alegria cristã de pertencermos ao Senhor: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu por sua herança” (Sl 33,12).
A alegria cristã e franciscana não se limita aos momentos de prazer, ela deve ser constante e intensa. “Alegrai-vos no Senhor” (Fl 3,1). A exortação de São Paulo “Abençoem os que vos perseguem; abençoem e não amaldiçoem. Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram. Vivam em harmonia uns com os outros” (Rm 12,14-16), comporta um compromisso com o próximo e, portanto se faz também presente nos momentos de dor e de tribulação. Daí percebemos a grande diferença entre a alegria anunciada pela sociedade, pelo mundo (pseudo-alegria) da verdadeira alegria, daqueles qu colocam a sua esperança e confiança em Deus. É somente nele apoiados que temos forças para enfrentar as dificuldades e serenidade para perceber a presença amorosa e paterna de Deus a nos conduzir e fortalecer mesmo enfrentando as dificuldades da vida.

Todo o cristão é convidado a fazer a descoberta da “verdadeira alegria”, que não pode ser confundida como uma mera satisfação pessoal, de gosto particular. Mas, a verdadeira alegria, por mais estanho que pareça, tem a forma de cruz e a cruz que nasce do amor que se sacrifica para o bem e a felicidade dos outros. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13).
São Francisco fez uma forte experiência de encontrar alegria até mesmo no sofrimento causado por outras pessoas, ele aprendeu do apóstolo Paulo: “Quanto a mim, que eu me glorie (alegre), a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Cf. Gal 6,14). Compreendemos melhor isso quando lendo a perfeita alegria, descrita em Fioretti 8, num diálogo amigo e fraterno Francisco explica ao seu confrade Frei Leão o que é a perfeita alegria. Percebemos a grande espiritualidade brotada da experiência de Cristo que Francisco fez. Essa lição, esse legado ele deixou para todos nós. Vejamos com atenção uma breve encenação de um momento da vida de São Francisco:


Comentarista:Certa vez, indo Francisco com Frei Leão de Perúgia a Santa Maria dos Anjos, em dia frio e chuvoso de inverno, Francisco perguntou ao seu companheiro e irmão.
Francisco: Frei Leão em que consisti sentir a perfeita alegria?
Frei Leão: Seria então dar exemplo de santidade e de boa edificação?
Francisco: Não meu irmão, receio que nisso não consiste a perfeita alegria.
Frei Leão:curar os cegos, endireitar o encurvado, expulsar os demônios, restituir aos surdos o ouvido, aos coxos o andar e aos mudos a fala?
Francisco: também não meu bom irmão.
Frei Leão: ressuscitar os mortos, saber falar todas as línguas e ter o conhecimento de todas as ciências, e de todas as Escrituras?
Francisco: Nisto, com certeza, não consisti a verdadeira alegria. Mas se ao chegarmos à Santa Maria cheios de frio e de fome e muito cansados e se batêssemos à porta e fôssemos mandados embora, insultados e nós não nos perturbássemos com a injúria recebida e nos mantivéssemos alegres, pacientes e cheios de amor, nisso sim consiste a verdadeira alegria. E se continuássemos batendo e o porteiro nos maltratasse e nos batesse, se suportarmos tantos males, tantas injúrias e açoites, pensando que devemos carregar as penas do Cristo bendito, aí está a perfeita alegria”.
(os dois frades saem abraçados)


Comentarista: A perfeita alegria não é masoquismo, mas consiste na serenidade em todos os momentos da vida, inclusive nos sofrimentos e saber tirar dos momentos de dor uma lição de vida para o crescimento pessoal e para a vida de fé. Mas, para se chegar a perfeita alegria é preciso lutar contra o egoísmo, o orgulho. Quem vive somente para realizar seus projetos e sonhos pessoais sem se importar com os dos outros, com a vida do próximo, do irmão, não poderá experimentar a verdadeira alegria, que é servir e amar. “Deus ama quem dá com alegria” (2 Cor 9,7). E mais ainda: “Quem quiser ser o primeiro seja o último e seja aquele que serve a todos” (Mc 9,35). A perfeita alegria é um dom de Deus, proveniente da nossa união com Ele. É esta a única forma de chegarmos á perfeição da caridade e a perfeita alegria.

Animador: O Papa João Paulo II afirmava: “O homem de hoje necessita da fé, da esperança e da caridade de Francisco, necessita da alegria que brota da pobreza de espírito, isto é de uma liberdade interior” (11/02/03). Então caríssimos irmãos e irmãs, “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl 3,1). Que a alegria que é uma virtude e marca distintiva da vida cristã e franciscana seja constante em nossas vidas. Acolhamos o conselho sábio de São Paulo “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos” (Fl 4,4-5).
Façamos um pouco de silêncio para refletir como estamos vivendo a perfeita alegria, se mesmo diante das dificuldades e sofrimentos conseguimos nos manter serenos e confiantes em Deus.

(Depois do momento de silêncio se poderá cantar um refrão franciscano e convidar a comunidade a permanecer em oração até o início da Santa Missa.)

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